segunda-feira, 8 de março de 2021

Mulheres na História - Carolina de Jesus

 DADOS BIOGRÁFICOS

Resultado de imagem para carolina maria de jesus fotos"Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento-MG, em 14 de março de 1914, filha de negros que migraram para a cidade no início das atividades pecuárias na região. Oriunda de família muito humilde, a autora estudou pouco. No início de 1923, foi matriculada no colégio Allan Kardec – primeira escola espírita do Brasil –, na qual crianças pobres eram mantidas por pessoas influentes da sociedade. Lá estudou por dois anos, sustentada pela Sra. Maria Leite Monteiro de Barros, para quem a mãe de Carolina trabalhava como lavadeira.

Mudou-se para São Paulo em 1947, quando a cidade iniciava seu processo de modernização e assistia ao surgimento das primeiras favelas. Carolina e seus três filhos – João José de Jesus, José Carlos de Jesus e Vera Eunice de Jesus Lima – residiram por um bom tempo na favela do Canindé. Sozinha, vivia de catar papéis, ferros e outros materiais recicláveis nas ruas da cidade, vindo desse ofício a sua única fonte de renda. Leitora voraz de livros e de tudo o que lhe caía nas mãos, logo tomou o hábito de escrever. E assim iniciou sua trajetória de memorialista passando a registrar o cotidiano do “quarto de despejo” da capital nos cadernos que recolhia do lixo e que se transformariam mais tarde nos “diários de uma favelada”.

A escritora foi "descoberta" pelo jornalista Audálio Dantas, na década de 1950. Carolina estava em uma praça vizinha à comunidade, quando percebeu que alguns adultos estavam destruindo os brinquedos ali instalados para as crianças. Sem pensar, ameaçou denunciar os infratores, fazendo deles personagens do seu livro de memórias. Ao presenciar a cena, o jovem jornalista iniciou um diálogo com a mulher negra e favelada que possuía inúmeros cadernos nos quais narrava o drama de sua indigência e o dia-a-dia do Canindé. Dantas de imediato se interessou pelo “fenômeno” que tinha em mãos e se comprometeu em reunir e divulgar o material. A publicação de Quarto de despejo deu-se em 1960, tendo o livro uma vendagem recorde de trinta mil exemplares, na primeira edição, chegando ao total de cem mil exemplares vendidos, na segunda e terceira edições. Além disso, foi traduzido para treze idiomas e distribuído em mais de quarenta países. A publicação e a tiragem dos exemplares demonstram o interesse do público e da mídia pela narrativa de denúncia, tão em voga nos anos 50 e 60.

Carolina publicou ainda mais três livros: Casa de Alvenaria (1961), Pedaços de Fome (1963), Provérbios (1963). O volume Diário de Bitita (1982), publicação póstuma também oriunda de manuscritos em poder da autora, foi editado primeiramente em Paris, com o título Journal de Bitita, que teria recebido, a princípio, o título de Um Brasil para brasileiros. Em 1997, o pesquisador José Carlos Sebe Bom Meihy, autor do volume crítico Cinderela negra, em que discute a vida e a obra da autora, reuniu e trouxe a público um conjunto de poemas inéditos com o título de Antologia pessoal. Todavia, nenhuma destas obras conseguiu repetir o sucesso de público que Quarto de despejo obteve. De acordo com Carlos Vogt (1983), Carolina Maria de Jesus teria ainda deixado inéditos dois romances: Felizarda e Os escravos.

Em 13 de fevereiro de 1977, a autora faleceu em um pequeno sítio, na periferia de São Paulo, quase esquecida pelo público e pela imprensa. Mais recentemente, seus escritos vêm sendo objeto de artigos, dissertações e teses, em função da abertura propiciada pelos novos rumos tomados pelos estudos literários no país e no exterior, que passam a ver com outros olhos a chamada “escrita do eu”. Em paralelo, sua trajetória de mulher negra, marginalizada e oriunda dos estratos mais carentes da população brasileira foi objeto de duas biografias, ambas assinadas por historiadores de peso: a primeira, escrita por Eliana de Moura Castro em parceria com Marília Novais da Mata Machado; e a segunda, assinada por Joel Rufino dos Santos.

Na década de 2000, foi inaugurado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Museu Afro-Brasil, cuja biblioteca leva o nome de Carolina Maria de Jesus. A biblioteca possui cerca de 6.800 publicações com especial destaque para uma coleção de obras raras sobre o tema do Tráfico Atlântico e Abolição da Escravatura no Brasil, América Latina, Caribe e Estados Unidos. A presença afro-brasileira e africana nas artes, na história, na vida cotidiana, na religiosidade e nas instituições sociais são temas presentes na biblioteca. Várias destas obras raras estão disponíveis para leitura no endereço abaixo: <http://www.museuafrobrasil.org.br/explore/biblioteca-carolina-maria-de-jesus>"


fonte: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/58-carolina-maria-de-jesus

Mulheres na História - Maria Quitéria

 Em comemoração ao Dia da Mulher, na série #Mulheresnahistoria vamos homenagear algumas mulheres que se destacaram na História👏🏽👏🏽

Maria Quitéria 

Ela foi a primeira mulher a participar das tropas do Brasil, quando ainda era proibida a participação de mulheres. Na Bahia, em 1822, lutou contra as tropas de Portuguesas a favor da Independência, proclamada por D. Pedro. Passou-se por homem com o nome de seu cunhado, Medeiros. Descoberta algumas semanas depois, foi aceita pelo major Silva e Castro devido sua habilidade no manejo das armas e excepcional disciplina militar. 




Leia mais sobre essa guerreira :

👉🏽 SILVA, Joaquim Norberto de Sousa. "Brasileiras célebres". Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2004.

👉🏽 #diadasmulheres

quinta-feira, 4 de março de 2021

Um conto para a primeira aula de História




Observe a ilustração a seguir:
Ilustração de Barbara McClintock, para o livro “Leave your sleep”.
  

Na Índia algumas pessoas cegas, sem conhecerem o elefante, tocaram, cada um, uma parte do corpo do bicho. Do que eles pensaram se tratar? _____________________

Leia o conto:

Há muitos anos vivia na Índia um rei sábio e muito culto. Já havia lido todos os livros de seu reino. Seus conhecimentos eram numerosos como os grãos de areia do Rio Ganges. Muitos súditos e ministros, para agradar o rei, também se aplicaram aos estudos e às leituras dos velhos livros. Mas viviam disputando entre si quem era o mais conhecedor, inteligente e sábio. Cada um se arvorava em ser o dono da verdade e menosprezava os demais. 

O rei se entristecia com essa rivalidade intelectual. Resolveu, então, dar-lhes uma lição. Chamou-os todos para que presenciassem uma cena no palácio. Bem no centro da grande sala do trono estavam alguns belos elefantes. O rei ordenou que os soldados deixassem entrar um grupo de cegos de nascença. 

Obedecendo às ordens reais, os soldados conduziram os cegos para os elefantes e, guiando-lhes as mãos, mostraram-lhes os animais. Um dos cegos agarrou a perna de um elefante; o outro segurou a cauda; outro tocou a barriga; outro, as costas; outro apalpou as orelhas; outro, a presa; outro, a tromba. 

 O rei pediu que cada um examinasse bem, com as mãos, a parte que lhe cabia. Em seguida, mandou-os vir à sua presença e perguntou-lhes:
 – Com que se parece um elefante? 
Começou uma discussão acalorada entre os cegos. Aquele que agarrou a perna respondeu:
– O elefante é como uma coluna roliça e pesada. 
– Errado! 
– interferiu o cego que segurou a cauda.
– O elefante é tal qual uma vassoura de cabo maleável.
– Absurdo!
– gritou aquele que tocou a barriga.
– É uma parede curva e tem a pele semelhante a um tambor.
– Vocês não perceberam nada
– desdenhou o cego que tocou as costas.
– O elefante parece-se com uma mesa abaulada e muito alta.
– Nada disso!
– resmungou o que tinha apalpado as orelhas.
– É como uma bandeira arredondada e muito grossa que não para de tremular.
– Pois eu não concordo com nenhum de vocês
– falou alto o cego que examinara a presa.
– Ele é comprido, grosso e pontiagudo, forte e rígido como os chifres.
– Lamento dizer que todos vocês estão errados
– disse com prepotência o que tinha segurado a tromba.
– O elefante é como a serpente, mas flutua no ar. O rei se divertiu com as respostas e, virando-se para seus súditos e ministros, disse-lhes:
– Viram? Cada um deles disse a sua verdade. E nenhuma delas responde corretamente a minha pergunta. Mas se juntarmos todas as respostas poderemos conhecer a grande verdade. Assim são vocês: cada um tem a sua parcela de verdade. Se souberem ouvir e compreender o outro e se observarem o mundo de diferentes ângulos, chegarão ao conhecimento e à sabedoria.

 (Conto do budismo chinês. Extraído de DOMINGUES, Joelza Ester. História em Documento. Imagem e texto. São Paulo: FTD, 2012.)


Observe quantas formas uma história pode ser contada? 

Sempre existem muitas versões para um mesmo acontecimento presenciado ou não por diversas pessoas. Cada uma dessas pessoas pode fornecer a sua interpretação do fato. O trabalho do historiador é muito parecido com o de um detetive. No caso de um crime, um policial detetive tenta buscar provas, ouvir as testemunhas, colher muitas informações sobre o caso. Ele também precisa investigar os vestígios deixados no local do crime. Enfim, procura reunir as informações possíveis a fim de decifrar o que ocorreu. O historiador também reuni pistas para interpretar os acontecimentos.

Como você acha que ele faz isso? _________________

Uma das tarefas dos historiadores é tentar reconstituir os fatos com a ajuda dos vestígios ou registros – chamados de fontes históricas - deixados pelas pessoas. 

Exemplos de registros são: cartas, desenhos, livros, construções, objetos, roupas, filmes, fotografias, jornais etc. 

Esses registros precisam ser interpretados para fazer sentido. Cada historiador faz a sua reconstrução do que aconteceu, de acordo com seus conhecimentos e sua visão de mundo. Por isso, os mesmos  fatos estudados por diferentes pessoas podem levar a conclusões diversas. 

A história é um campo de estudos que permite variadas interpretações. A partir das fontes históricas, os estudiosos da História – chamados historiadores – levantam questões sobre o modo de vida de uma determinada sociedade num certo período.

Mesmo trabalhando com os mesmos documentos, cada historiador, muitas vezes, chega a conclusões que são divergentes das conclusões de outros historiadores. 

Por que isso acontece? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________

Algumas fontes que ajudam o historiador a reconstruir a história. 


1- Arquitetura:


2- Cartas

3-Documentos 


Os tipos de fontes são variados e vastos. 
Pesquise outros tipos de fontes de informações. 






















Mulheres na História - Carolina de Jesus

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