Observe a ilustração a seguir:
Ilustração de Barbara McClintock, para o livro “Leave your sleep”.
Na Índia algumas pessoas cegas, sem conhecerem o elefante, tocaram, cada um, uma
parte do corpo do bicho. Do que
eles pensaram se tratar?
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Leia o conto:
Há muitos anos vivia na Índia um rei sábio e muito culto. Já havia lido todos os livros de seu reino. Seus conhecimentos eram numerosos como os grãos de areia do Rio Ganges. Muitos súditos e ministros, para agradar o rei, também se aplicaram aos estudos e às leituras dos velhos livros. Mas viviam disputando entre si quem era o mais conhecedor, inteligente e sábio. Cada um se arvorava em ser o dono da verdade e menosprezava os demais.
O rei se entristecia com essa rivalidade intelectual. Resolveu, então, dar-lhes uma lição. Chamou-os todos para que presenciassem uma cena no palácio. Bem no centro da grande sala do trono estavam alguns belos elefantes. O rei ordenou que os soldados deixassem entrar um grupo de cegos de nascença.
Obedecendo às ordens reais, os soldados conduziram os cegos para os elefantes e, guiando-lhes as mãos, mostraram-lhes os animais. Um dos cegos agarrou a perna de um elefante; o outro segurou a cauda; outro tocou a barriga; outro, as costas; outro apalpou as orelhas; outro, a presa; outro, a tromba.
O rei pediu que cada um examinasse bem, com as mãos, a parte que lhe cabia. Em seguida, mandou-os vir à sua presença e perguntou-lhes:
– Com que se parece um elefante?
Começou uma discussão acalorada entre os cegos. Aquele que agarrou a perna respondeu:
– O elefante é como uma coluna roliça e pesada.
– Errado!
– interferiu o cego que segurou a cauda.
– O elefante é tal qual uma vassoura de cabo maleável.
– Absurdo!
– gritou aquele que tocou a barriga.
– É uma parede curva e tem a pele semelhante a um tambor.
– Vocês não perceberam nada
– desdenhou o cego que tocou as costas.
– O elefante parece-se com uma mesa abaulada e muito alta.
– Nada disso!
– resmungou o que tinha apalpado as orelhas.
– É como uma bandeira arredondada e muito grossa que não para de tremular.
– Pois eu não concordo com nenhum de vocês
– falou alto o cego que examinara a presa.
– Ele é comprido, grosso e pontiagudo, forte e rígido como os chifres.
– Lamento dizer que todos vocês estão errados
– disse com prepotência o que tinha segurado a tromba.
– O elefante é como a serpente, mas flutua no ar. O rei se divertiu com as respostas e, virando-se para seus súditos e ministros, disse-lhes:
– Viram? Cada um deles disse a sua verdade. E nenhuma delas responde corretamente a minha pergunta. Mas se juntarmos todas as respostas poderemos conhecer a grande verdade. Assim são vocês: cada um tem a sua parcela de verdade. Se souberem ouvir e compreender o outro e se observarem o mundo de diferentes ângulos, chegarão ao conhecimento e à sabedoria.
(Conto do budismo chinês. Extraído de DOMINGUES, Joelza Ester. História em Documento. Imagem e texto. São Paulo: FTD, 2012.)
Observe quantas formas uma história pode ser contada?
Sempre existem muitas versões para um mesmo acontecimento presenciado ou não por diversas pessoas. Cada uma dessas pessoas pode fornecer a
sua interpretação do fato.
O trabalho do historiador é muito parecido com o de um detetive. No caso de um crime, um policial detetive tenta buscar provas, ouvir as testemunhas, colher muitas informações sobre o caso. Ele também precisa investigar os vestígios deixados no local do crime. Enfim, procura reunir as informações possíveis a fim de
decifrar o que ocorreu. O historiador também reuni pistas para
interpretar os acontecimentos.
Como você acha que ele faz isso?
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Exemplos de registros são: cartas,
desenhos, livros, construções, objetos, roupas, filmes, fotografias, jornais etc.
Esses
registros precisam ser interpretados para fazer sentido. Cada historiador faz a sua
reconstrução do que aconteceu, de acordo com seus conhecimentos e sua visão de mundo. Por isso, os mesmos fatos estudados por diferentes pessoas podem
levar a conclusões diversas.
A história é um campo de estudos que permite variadas
interpretações. A partir das fontes históricas, os estudiosos da História – chamados historiadores –
levantam questões sobre o modo de vida de uma determinada sociedade num certo período.
Mesmo trabalhando com os mesmos documentos, cada historiador, muitas vezes,
chega a conclusões que são divergentes das conclusões de outros historiadores.
Por que isso
acontece? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Algumas fontes que ajudam o historiador a reconstruir a história.
3-Documentos
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